Funai demitiu antropólogos por protestos durante a ditadura
No segundo semestre de 1980, um grupo de antropólogos e indigenistas da Funai rebelou-se contra a política oficial de "integração" dos índios à "sociedade nacional" e entregou uma carta de protesto ao então ministro do Interior, coronel Mário Andreazza. Além de pedir a substituição dos coronéis do Exército e da Aeronáutica que comandavam a Funai, os indigenistas protestavam contra a demissão de colegas ligados à nascente SBI (Sociedade Brasileira de Indigenistas). A reação foi imediata: 68 indigenistas, antropólogos e outros servidores foram demitidos "por justa causa" ou "indisciplina" nos dias seguintes. Os arquivos da ASI (Assessoria de Segurança e Informações), o braço do SNI na Funai, revela que os antropólogos eram acompanhados por arapongas meses antes da crise - FSP, 25/2, Brasil, p.A5.
Fonte: ISA
Não fico surpresa, pois desde os dez anos de idade esse Mário Andreazza não me desce. O que se podia esperar de um cara que votou a favor do AI-5? Que desse um tapinha nas costas dos antropólogos e falasse: é isso aí mesmo, tá tudo muito esquisito? Ainda por cima, dá nome a um viaduto aqui em Salvador. Para quê ficar lembrando de sua existência?
Só se for para tentar fazer justiça a esses profissionais corajosos. Não vivemos mais na ditadura, mas esse tipo de retaliação no serviço público ainda é comum, infelizmente.
Só se for para tentar fazer justiça a esses profissionais corajosos. Não vivemos mais na ditadura, mas esse tipo de retaliação no serviço público ainda é comum, infelizmente.
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