31/05/2008

ALINHAVANDO

Eu e Evaldo na palestra sobre as Operações Planejadas (Fiscalização dos projetos de fomento florestal no Sul e extremo Sul da Bahia), para promotores do Ministério Público Estadual. Prado, maio de 2008.

27/05/2008

IMÃ


O CRA virou IMA. Saiu nas páginas 33, 34, 35, 36 e 37 do Diário Oficial do Estado da Bahia, caderno do Poder Legislativo.

A matéria não existe em texto, nem tampouco pode ser salva no Acrobat. Atualização no site do SEIA ou da SEMA? Oxi, tá louco? Limite-se a sorrir!

Mas resumindo: ordenamento de fauna e flora saíram da ex-SEMARH, atual SEMA e vieram pro ex-CRA, atual IMA. Não é imã de geladeira - ou ao menos eu espero que não se venda com a mesma facilidade dos mesmos. Mas que tem gente do olho nas Reservas Legais, e que quer fazer disso um negócio lucrativo, ah isso tem.

NEAMA e DIPRO, ao contrário, não passaram para a SEMA. Concentrar para dominar!!!

É, as coisas não me agradam. Acho até legal a figura de um instituto, tipo o IEF ou o IAP. Mas não basta mudar o nome e criar mais um monte de cargos. Tem que mudar a mentalidade, esse coisinha pequena do poderzinho de repartição, da estrutura viciada em pequenas gentilezas e babações de ovo.

Tem gente que anda dizendo que nem na época do Sinhozinho foi tão maltratada. Comigo não é assim, eu prefiro esta gestão, milhões de vezes. Mas... tantos cargos tomados por donos de posto de gasolina, candidatos a não sei o que em não sei qual cidade, ou - realmente não sei o que é pior - por representantes do governo anterior, comprovadamente comprometidos única e exclusivamente com seu projeto pessoal: manter-se no cargo a qualquer custo...

Conseguiram. Não estão se mantendo, estão subindo. Enquanto isso, técnicos que batalharam duro, que fizeram relatórios sérios sobre seus trabalhos, expondo os resultados alcançados, as dificuldades enfrentadas e propondo um ajuste de metas, foram simplesmente mudados de chefia, sem qualquer consulta ou aviso prévio. O relatório? Já procurou naquela gaveta mofada na sala de mesa de mármore e tapete persa? Não, não tive tempo, estive preocupada com o burburinho para saber para quem vai sobrar um qualquer, com um cargo novo....

Isso não muda o meu comprometimento com o trabalho. Só aumenta um pouco minha irritabilidade, diminuindo minha paciência para lero-lero.

APANHEI-TE CAVAQUINHO


Das espertas, eu sou a mais. Em vez de ficar correndo feito peru bêbado tentando filmá-los, dessa vez eu fui com jeitinho para conseguir a foto.

18/05/2008

AGILIDADE

Foto: Cléber Bonato (AE). As bananinhas, não sei como foram parar lá.


Eu disse, eu disse que ele era um banana. Achei a reportagem que vi na TV quando eu estava lá no Rio. Mostraram para ele imagens que revelavam, num espaço temporal de três dias, a evolução do desmatamento e queimadas no Morro Pavão/Pavãozinho. Eu o vi falando na TV justamente o que é relatado na reportagem:


Ele reconhece que está havendo destruição da Mata Atlântica, mas diz que não há fiscalização imediata prevista para o Pavão-Pavãozinho. Segundo ele, as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) vão resolver o problema a partir de maio.


Fiquei de carinha com a declaração dele! Imagina, um Secretário Estadual de Meio Ambiente afirmar que não vai fazer nada! Aguardar o PAC, hahahaha. Pensei: é, eu reclamo da Bahia, mas lá nunca isso iria acontecer. Um alto dirigente ter posse da informação do delito ambiental e assumir, deslavadamente, que não vai fazer nada para contê-la, revertê-la, mitigá-la, corrigí-la ou comprensá-la.


A Prefeitura também não ficou atrás em termos de declarações esdrúxulas:


Apesar dos flagrantes de expansão da favela, a prefeitura do Rio também disse que não pretende fazer fiscalização imediata no local e afirmou que o projeto que tinha para remover casas em área de risco no Pavão- Pavãozinho foi incorporado pelo PAC.


Lembro até que eu, fascinada pelo Rio, me conformei: "é, se eu viesse morar aqui, não poderia trabalhar nem na Secretaria Estadual nem na Municipal de Meio Ambiente"...


O que esperar de um cara que assume não estar preparado para assumir o cargo? E que nos lembra que não conhece todas as regiões do país? Ahhhh, agilidade nas licenças, né?


Nisso parece que ele é bom, porque qdo assumiu tinha licença saindo até em 08 (oito!!!!) dias. Nossa, quanta eficiência! Lulinha gosta de gente eficiente assim, Dilminha tb!

14/05/2008

LE MAISON CES'T TOMBÉ



Até que enfim! Ele conseguiu. Marina aguentou muito, até.

Todos perdem. Menos ele, que sabia muito bem o que estava fazendo (PAC, Dilma, Stephanes, Maggi, Madeira, Mangabeira...).

Demorou, Marina! Mas certamente vc conseguirá mais como Senadora que como Ministra.

Entra aquela o Minc, que não conseguia nem dar conta de um desmatamento no Morro da Pavão/Pavãozinho, quando era Secretário de Meio Ambiente do Rio, que dirá de um Ministério todo, justamente com rolos compressores passando em cima das leis...

12/05/2008

OTIMIZAÇÃO




Lá na repartição, todos os chefes queriam resultados. Senão, disseram eles, vão pensar que o Partido dos Melhores não faz nada. Então, mandaram Mimi e mais 857 (oitocentos e cinquenta e sete) pessoas para continuar a investigação do polvilho.

Deram R$ 14,85 (quatorze reais e oitenta e cinco centavos) para que eles dividissem entre si. Avisaram que era para otimizar o recurso. Assim, eles poderiam enfim trabalhar: mimeografar os mapas que não tinham e comprar fichas telefônicas para marcar suas inspeções, nitrato de prata para as máquinas fotográficas e máscaras para não inalarem as partículas tóxicas das fábricas. Enfim, tudo estava resolvido.

Além disso, tinham que dividir os blocos de anotações entre si. Isso era bom para exercitar a cooperação entre eles, que tinham que ser benevolentes e aplicar os conceitos cristãos, emprestando para outrem até mesmo o que não tinham.

Se os chefes tinham preferido assim, pensava Emília Motina - não seria ela que mudaria isso. Mas eles tb não a mudariam. A guerra, ela talvez perdesse. Mas não sem dar trabalho aos oponentes.

02/05/2008

PEGA UM, PEGA GERAL


Tatinha é chata e odeia unanimidades. Por isso, não tinha visto Tropa de Elite. Me achava superiorzinha às pessoas que comentavam o filme, e senti um certo orgulho quando me falaram: vc deve ser a única brasileira que não viu.

Não acho o Wagner Moura um ator fenomenal, como todos insistem em achar, e isso contribuiu para que eu não fosse ao cinema ver o filme, nem nunca o locasse. Comprar, então, nem pensar, já que não compro DVDs piratas e se fosse comprar um original, não seria esse.

Até que estou numa sexta-feira chuvosa em Itabatã e acho o filme para ver. Em primeiro lugar, ele não me irritou tanto quanto eu imaginava, pois não é narrado por um policial corrupto e sim por um policial honesto. Violento, é verdade. Mas estou perdendo um pouco o meu pudor em relação a isso. Não acho que todas as casas de uma favela devam ser revistadas para que se ache um traficante. Lá moram pessoas de bem. Mas as merdas dos bandidos - que o são muitas vezes apenas por simples processo de causa e efeito - não dão mole.

Como funcionária pública, sei que é difícil fazer as coisas. E sei que quem faz bem, só se ferra. Não tem lugar no esquema. Não dá para esquecer que o filme é o ponto de vista de um policial, não de um (hahaha) sociólogo. Apesar de eu ter gostado do filme mais que esperava, concordo com algumas críticas que li, só depois de vê-lo. Outras, não tive paciência para ler. 

Voltando para o filme, não achei pesado. Pesado é o sistema, que como diz o filme, não trabalha para a coletividade, trabalha para ele mesmo. As partes que mais me chocaram não foram os sufocamentos, os balaços na cabeça, as porradas...

O mais triste de ver são os esquemas de corrupção. O cara é bom, mas entra numa estrutura falida. Ou vai ficar lá mofando e nunca vai se destacar, ou vai se corromper, ou vai usar a criatividade para tentar dar a volta por cima. Ou vai gritar e se indispor com todo mundo, e vai se dar mal.

É podre o esquema do choppinho de graça (isso sem dizer que beber em horário de serviço já é um absurdo!), da segurança paga, dos guinchos que o Estado não tem recursos para manter, da firma de guinchos que os manda-chuvas do batalhão são donos e que venceram a licitação (será que teve?), aí ficam multando a rodo para guinchar todo mundo. Então, o outro policial, que ganhava propina para deixar o cara estacionar irregularmente, dança na parada, pois é hierarquicamente inferior à máfia do guincho.

E é tão parecido com tudo que eu vejo diariamente na repartição... Os mesmos vícios, as mesmas respostas: não pode fazer, não dá para fazer... Depois, vêm as notícias dos verdadeiros motivos... Eu me diverti vendo, pois é tão patético, eu conheço tudo isso tão de perto... Se fazem isso com a segurança pública, com vidas, com gente morrendo, bala perdida, tráfico, crime organizado, ou seja, uma situação que todo mundo já sabe, há décadas, que é insustentável, imagine o que não fazem com o meio ambiente, que vem a reboque sempre das negociatas?

Bah! Quem quiser que se iluda e aplauda. Quando fazem, é a obrigação. Fico feliz por participar da obrigação minimamente bem feita do Estado, mas estou cada vez mais descrente que ele vá conseguir reverter os grandes acordos fechados em jantares regados a champanhe comprado com cartão coorparativo.

Tá de bobeira?