25/10/2009

PRONOME OBLÍQUO

























Fotos de Alex Laner, um paulista perdido em Salvador que encontrei nos shows e no Twitter.

Não acreditei qdo soube que ia ter show do Wry aqui em Salvador. Fiz que não liguei, mas no dia do show gravei um CD e fiquei ouvindo o dia todo. Claro, a atmosfera da emoção que eu senti ao conhecer a banda, lá por 2003, me invadiu novamente. Aiiiiiii, como é bom ser sentimental!

O que eu mais gosto na banda, ou a coisa que mais me chama atenção em todo o conjunto, não é somente o som excepcional, mas o fato deles serem de Sorocaba e terem morado anos em Londres. Não, não é porque eles foram famosinhos e fizeram "sucesso" lá fora. É porque eles agiram contra o determinismo geográfico e cultural. Isso sim, eu gosto.

Esse desafio me fez quebrar a rotina e ir a uma casa noturma. Cheguei lá tarde, e tive que ficar esperando sozinha o show começar. Olhava algumas pessoas chegando e pensava: é verdade que isso seria um programa normal para mim há anos atrás? Não me encaixo mais nisso, não vejo um show como um grande acontecimento.

O show do Wry foi bem poético, bem mais pelas imagens que eu faço das coisas na minha cabeça do que pelas coisas propriamente como elas são. No mundo verdadeiro as coisas não são tão bonitinhas assim. Quando fui dar um papelzinho com o nome de uma música, a pedido de uma amiga, para um dos integrantes da banda, ele me perguntou: é pó?

Ahhhhh, meo filho, peraê! Olha para a minha cara! Vê se eu tenho tipo de quem us papelzinho de pó, pelamordedeus, e de quem passa isso no palco? Fiquei de ca-ri-nha, bi-chooo! Sério. Seríssimo. Em 25 anos de rock, nunca gostei dessa vinculação entre drogas e roquenrol. Já bebi, acordava  de ressaca e com o dedo amarelo de nicotina, mas cara, porque essa obrigatoriedade de ser uma porra de um papel de não sei o que?

Não, não é! É um bilhetinho. Um singelo bilhetinho, de uma fã, pedindo uma música. Tá ligado, man?

Fora isso, o show foi absolutamente impecável.