29/04/2009

ATÉ TU?

Mendigos em Curitiba? Sim, estamos no Brasil baby! Na porta do Teatro Guarinha, para ser mais exata.
Disk putas. Vc vai telefonar e as bundas caem sobre vc.
Em compensação, cartazes lindos na galeria do TUC (Teatro Universitário de Curitiba).

E a porta do TUC, o que é isso? Liiinda!
Eu acho que já vi isso em algum lugar, mas de todo modo é linda!

Curitiba é uma cidade maravilhosa para se morar, mas está longe de ser a perfeição apregoada aos quatro ventos. Existem, desde sempre, muitos mendigos pelas ruas, ao contrário do que possa se pensar. O que não existe é a desorganização total, o mangue, gente vendendo coisa aqui e ali, lixo nas áreas mais "nobres" da cidade, como existe em Salvador, em qualquer canto.

Existe periferia, e como sempre uma periferia que não é ouvida e que sequer conhecemos. Mas estou falando do Centro, do Centrão por onde eu sempre andei para ir ao cursinho, para pegar o bus de volta para casa, para comprar as linhas nos armarinhos para a minha mãe, para resolver as coisas na cidade e, principalmente, para ir aos bares.

Andando nos ônibus e pelas ruas, vejo que Curitiba não é uma cidade de loiros de olhos azuis, como eu achava que era qdo eu morava lá. Eu me achava diferente, por ter o cabelo crespo, não ter sobrenome de polaco e nem comer salsichón.

Hoje vejo que Curitiba é muito mais que isso. Curitiba é mestiça, o Paraná é mestiço. Há um traço muito forte indígena, chamado pejorativamente de "bugre", meio puxando para o pantaneiro até. Talvez daí venha minha parte bocão e cabelão, que é da família do meu pai, que é do interior do Paraná (minha vó era bem cabocla, fumava cigarro de palha).

Só sei que qdo estou em Curitiba, eu não me sinto estranha, sinto que minha cara, seja ela de russa, de polaca ou seja do que for, é mais igual por lá. Mas por aqui em Salvador eu tb não me acho mais estranha por ser branquela. Nem por todo mundo perguntar a toda hora se eu não sou daqui. Acho que eu me achava estranha em qualquer lugar antes, menos num show de rock, uha!

03/04/2009

INDEPENDENTE FUTEBOL CLUBE

Programação do Curitiba Calling no sempre necessário 92: 40 bandas em 3 dias

No Chinasky Bar: Alani, Luana, eu e Marize, esta última a quem eu não vai seguramente há mais de 20 anos (mas não espalha para ninguém!)

No 92, mais um encontro de mais de 20 anos: Tupan. não mudou nadica! A Luana não sai do meu lado, para variar, hahaha

Riot Revolver, banda onde tocam dois filhos do Tupan. Achei um a cara e o jeito dele e o outro a cara da Débora, a mãe.

Cut cut. Já são homens feitos, mas para mim serão sempre os meus dois amorzinhos de meninos: Vlad e Gemano, não são lindinhos? Ai que saudades de quando eles eram umas criancinhas nos anos 90. Fiquei muito feliz de encontrá-los, tão bem, super humildes como sempre. Admiro esses dois para cacete! Babo ovo messsssssmo!

Punkake, banda só de meninas.

Fui a dois dias do Curitiba Calling. Acho importantíssimo Curitiba ter se firmado como uma cidade rock, e sinto orgulho de ter amigos que batalharam e continuam batalhando por isso. Lembro de como eu ficava feliz por ter um lugar como o 92 para ir, quando ele era ainda na Visconde do Rio Branco, e como eu agradecia, emocionada (e bêbada) ao Júnior por ele ter garra para manter o lugar aberto, não obstante todas as guerras de alvará com a prefeitura, as reclamações dos vizinhos e as agruras próprias do negócio, como investir em bandas desconhecidas, bancar festivais, trazer bandas gringas e ter um selo.

Mas decididamente eu não tenho mais paciência para fazer parte de tudo isso como expectadora. Acho chato ir aos shows, acho velho ver um monte de gente com os mesmos comportamentos. Ai, que coisa chata repetir as mesmas coisas de 15, 20 anos atrás! Claro, eu gostei porque marquei de me encontrar com pessoas que não via há muito tempo, e não as censuro, ao contrário, as admiro por estarem no circuito. Mas para elas faz sentido, é a profissão delas, elas estão trabalhando e mais que isso, formando um cenário cultural pelo qual elas batalharam anos (décadas). E percebi que as que tocam vão embora logo após o show (tb, né, têm 40 anos nas costas e não foram para a balada, foram trabalhar).

O que me deixa sem saco é aquele ambiente enfumaçado, as pessoas bebendo uma cerveja atrás da outra, dançando um pouco autômatas, é algo que não faz sentido mais para mim. É uma alegria um pouco débil, eu de certa forma me enxergo e me vejo há cinco, dez anos atrás, de certa forma me vejo como fui a vida inteira e não me encaixo mais nesse padrão.

Acho aborrecido ter que gritar para ser ouvida, ter que pedir para a outra pessoa repetir o que acabou de falar para que eu a entenda. Ter que ficar em pé a noite inteira. Ter a bebida servida num copo plástico. Olhar em volta e ver um monte de gente com camiseta de banda. Cara, alguém tem alguma novidade para me apresentar?

Falando em novidades, o Norberto sempre apresenta alguma. Pena que no dia do show dele eu estivesse tão desanimada e quisesse ir embora tão rapidamente. Não tirei nenhuma foto do Easy Players, mas a banda é maravilhosamente intimista. Só achei que eles estavam no lugar errado, que as pessoas estavam muito mais interessadas em ingerir fumaça e álcool e ficar no blábláblá com suas conversinhas moles e bêbadas, ao invés de se concentrarem verdadeiramente na banda. Deve ser chatice minha. Mas eu achei que num outro lugar ou com um outro público eles causariam mais impacto. Que seria merecido.

A camisa do Norberto era algo entre o quadriculado e o calçadão de Copacabana. Eu nunca havia pensado numa transição entre as duas coisas.

Tive tanto sono nesse primeiro dia de Festival que só fui no segundo não porque já tinha comprado os ingressos antecipadamente (até para a Luana, que recusou a cortesia sem dó nem piedade), mas porque eu já havia combinado com a Marize, e não se fura trato feito com amiga).

O rock continua bom, eu tb, mas não precisamos estar necessariamente colados. Isso é um relação moderna, baby!