Fui cedinho para a festa em homenagem a Iemanjá, realizada todos os anos no dia 2 de fevereiro, na colônia de pescadores do Rio Vermelho. Não tão cedo a ponto de ver a Alvorada, quando há um estourar de rojões e há a "inauguração" oficial da festa, ao amanhecer.
Desde ontem já havia pessoas depositando suas oferendas no mar. A fila na colônia, que fica ao lado da igreja de Santana, é grande desde cedo (cheguei lá às 06h30 e sem chances, fiquei com minhas três rosinhas brancas na mão, pois Iemanjá não faz conta se eu entrei na fila ou se joguei no mar, néam?).
Desde ontem já havia pessoas depositando suas oferendas no mar. A fila na colônia, que fica ao lado da igreja de Santana, é grande desde cedo (cheguei lá às 06h30 e sem chances, fiquei com minhas três rosinhas brancas na mão, pois Iemanjá não faz conta se eu entrei na fila ou se joguei no mar, néam?).
Uma iniciativa louvável é a do Instituto Nzinga de Capoeira Angola, que está realizando uma campanha de conscientização para que as oferendas sejam menos nocivas ao meio ambiente. Contudo, há resistência por parte de líderes do candomblé.
Vejo que isso precisa ser trabalhado, e muuuuito. Alguém precisa usar esses métodos educacionais intelectualizados todos que estudam nas escolas de educação, nos mestrados e nos doutorados da vida, nas questões de aproximação da linguagem popular, para explicar para a galera que Iemanjá é vaidosa sim, mas ela é um orixá, muito mais antigo que a gente. Que nós somos uma abstração perto dela, que sabonete, boneca de plástico, tudo isso surgiu depois dela, então ela não pode fazer questão disso, que é apenas uma representação.
Isso me irrita. Como assim, se Iemanjá não gostasse disso, não dava mais peixe no mar? Já não está dando, e com todo o respeito, não é em decorrência da vontade de Iemanjá não. Então, Fundação Cultural, pega um pouquinho dessa dinheirama que tu joga nessas festas bizarras de shortinho e bunda de fora e investe no processo educacional ao longo do ano para essa galera do candomblé, que merece todo o respeito, mudar um pouco a opinião sobre a questão das oferendas.
Mas ante a grandiosidade da festa, essas questões, embora importantes, ficam secundárias. Não chegam a estragar o meu humor, embora eu as observe. Há modos e modos de curtir a festa. Por pouco que eu a conheça, eu acho que o melhor dela se dá na areia. Nos detalhes, nos cultos, nas crenças das pessoas.
Quando eu tinha quatro, cinco anos de idade, morava no Rio de Janeiro com a minha mãe e meu pai (último ano antes deles se separarem). Passamos um Ano Novo na praia, acho que em Copacabana, e tinha aquela festa toda, mas o que mais me chamou a atenção foram as baianas do cambomblé.
No ano seguinte, eu e minha mãe passamos o Ano Novo em Piracicaba, na casa da minha vó, aquela caretice total, bem família. Uns dias depois da festa, eu, intrigada, perguntei para a minha mãe se aquele Ano Novo que a gente comemorou em Pira era a mesma coisa daquele Ano Novo (afinal de contas tããããão animado) do Rio.
Pois é, vivam as baianas, viva a manifestação religiosa africana, viva o pé na areia, viva a oportunidade de poder comer uma feijoada e sair da dieta!
Vejo que isso precisa ser trabalhado, e muuuuito. Alguém precisa usar esses métodos educacionais intelectualizados todos que estudam nas escolas de educação, nos mestrados e nos doutorados da vida, nas questões de aproximação da linguagem popular, para explicar para a galera que Iemanjá é vaidosa sim, mas ela é um orixá, muito mais antigo que a gente. Que nós somos uma abstração perto dela, que sabonete, boneca de plástico, tudo isso surgiu depois dela, então ela não pode fazer questão disso, que é apenas uma representação.
Isso me irrita. Como assim, se Iemanjá não gostasse disso, não dava mais peixe no mar? Já não está dando, e com todo o respeito, não é em decorrência da vontade de Iemanjá não. Então, Fundação Cultural, pega um pouquinho dessa dinheirama que tu joga nessas festas bizarras de shortinho e bunda de fora e investe no processo educacional ao longo do ano para essa galera do candomblé, que merece todo o respeito, mudar um pouco a opinião sobre a questão das oferendas.
Mas ante a grandiosidade da festa, essas questões, embora importantes, ficam secundárias. Não chegam a estragar o meu humor, embora eu as observe. Há modos e modos de curtir a festa. Por pouco que eu a conheça, eu acho que o melhor dela se dá na areia. Nos detalhes, nos cultos, nas crenças das pessoas.
Quando eu tinha quatro, cinco anos de idade, morava no Rio de Janeiro com a minha mãe e meu pai (último ano antes deles se separarem). Passamos um Ano Novo na praia, acho que em Copacabana, e tinha aquela festa toda, mas o que mais me chamou a atenção foram as baianas do cambomblé.
No ano seguinte, eu e minha mãe passamos o Ano Novo em Piracicaba, na casa da minha vó, aquela caretice total, bem família. Uns dias depois da festa, eu, intrigada, perguntei para a minha mãe se aquele Ano Novo que a gente comemorou em Pira era a mesma coisa daquele Ano Novo (afinal de contas tããããão animado) do Rio.
Pois é, vivam as baianas, viva a manifestação religiosa africana, viva o pé na areia, viva a oportunidade de poder comer uma feijoada e sair da dieta!
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