01/02/2008

DE JANEIRO

Mural na Estação de Metrô Siqueira Campos, em Copacabana. Foto escura, de celular. Inscrições: letra de "Tem mais samba", de Chico Buarque (1964) - Para o musical Balanço de Orfeu, de Luiz Vergueiro:
Tem mais samba no encontro que na espera
Tem mais samba a maldade que a ferida
Tem mais samba no porto que na vela
Tem mais samba o perdão que a despedida
Tem mais samba nas mãos do que nos olhos
Tem mais samba no chão do que na lua
Tem mais samba no homem que trabalha
Tem mais samba no som que vem da rua
Tem mais samba no peito de quem chora
Tem mais samba no pranto de quem vê
Que o bom samba não tem lugar nem hora
O coração de fora
Samba sem querer

Vem que passa
Teu sofrer
Se todo mundo sambasse
Seria tão fácil viver

Divisa de Ipanema e Leblon - Av. Borges de Medeiros. Ao fundo, os Morros Dois Irmãos.


O cúmulo do charme, na Visconde de Pirajá os canteiros das árvores não são forrados de pedrinhas - e sim de... conchinhas!!!

Isso que é cidade! Salvador fica tão.. tão... tão o que é, perto do Rio... um arremedo de cidade, uma tentativa de cosmópolis... E assim passei a manhã, meio revoltadinha ainda, tentando digerir tantas diferenças, tantas dificuldades pelas quais têm-se que passar naquele esboço de urbis chamado Soterópolis. Que pólis que nada.
No Rio "tu" acha tudo bem à mão. Tudo bem sortido, colorido e barato. Barato pela qualidade, pela diversidade, pelo estilo, pela amplitude de escolha, pela distribuição da oferta, pela competitividade do mercado.
As pessoas andam nos bairros, e estes são providos de comércio. Não é aquela coisa idiota de depender de carro, carro, carro, de precisar fazer tudo de carro. Então, a cidade tem vida. E é bonita. Não tem só gente feia e pobre nas ruas, tem gente interessante, as pessoas se misturam muito mais.
Está certo que estou na Zona Sul, mas se eu fosse no equivalente à Zona Sul de Salvador, só quem eu veria andando na rua seriam as empregadas domésticas, porque os bacanas só andam de carro, não andam nas ruas.
Aqui se vê todo o tipo de comércio na rua, à toda hora. Das deliciosas lojas de roupa que fui correndo ver lá em Ipanema até as quitandas cheias de frutas penduradas, botequins que fazem boas refeições por 5 pilas, floriculturas, chaveiros, lojas de ferragens, enfim, tudo misturado.
Existem muitas galerias com lojinhas interessantes, sebos, antiquários, coisas para a casa... Elas têm mais ou menos a cara do Copan, mas é como se fosse um Copan colorido, numa terra de calor, com pessoas mais desinibidas e mais tranquilas.
Certamente se eu tivesse sempre morado no Sul e tivesse caído direto aqui no Rio, iria estranhar muito. Mas depois desses anos de Brasília e Bahia, minha relação com o clima e com a cores mudou completamente, então me sinto totalmente à vontade com o "modo carioca de ser", o tipo que vejo na rua é um tipo com o qual me identifico, ao contrário do baiano. O paulista tenho achado tenso demais, São Paulo aquela coisa rock demais.
Gosto dessa coisa sol-vestido-colorido do Rio. Enquanto estou passeando sozinha, gosto. Vamos ver se a paz resiste ao Carnaval.

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