05/02/2008

A FLOR DO SERENO


Foto: Silvana Marques, fotógrafa oficial do Rancho

Ontem, sem dúvida minha melhor programação do Carnaval: fui ver o Rancho Flor do Sereno. Como diria um carioca da gema, que categoria! Rapaz, é de deixar o sujeito boquiaberto com tanta coisa boa acontecendo ali, assim, na sua frente, na rua, espontaneamente, com público, empolgação, integração e o que parece ser mais raro hoje em dia, mas aqui no Rio parece não ser artigo tão de luxo: boa música.
São 20 músicos de primeira (músico mesmo, que lê partitura e tudo mais, uns professores de Universidade, outros estudiosos, sem aquela pecha de intelectual, mas gente de gabarito, não essas porras que não sabem nem falar o português, não têm ouvido para porra nenhuma, acham que o negócio é subir no trio e cantar Vixe Mainha).
Como todo músico tem o público que merece (ou seria o contrário?), a platéia estava repleta de gente feliz, bonita, jovens, velhos, fantasiados, à paisana, mas todo mundo de bem. Impressionante como a juventude gosta, entende, conhece e vibra ao ouvir não só as marchinhas mais manjadas, mas todo o repertório do Rancho, que passa por Noel Rosa, Pixinguinha, polcas, sambas e maxixes.
Isso é cultura, é gente que lê, que tem educação, senso, discernimento, que não confunde diversão com baixaria, que preza a diversidade, a inclusão. O oposto do perfil do carnaval em Salvador, por exemplo. O oposto da vulgaridade.
Sim, é claro que aí eu só posso gostar. Meio perplexa ainda, primeiro por eu estar no meio daquilo tudo. Não sou a foliã mais animada do mundo. Aliás, nem me consideraria uma foliã, e sim uma observadora. Quase uma participante.
Muitas músicas boas, muitas. Isso me rendeu a festa. Além de algumas elocubrações ao ver os casais apaixonados. "Será que ainda vou me apaixonar por alguém dessa maneira?". Ver esse Carnaval no Rio é como ver um pedacinho da vida novamente. De uma vida que não é a Bahia, que não é o meu trabalho, que não é a minha família. Tipo: há vida inteligente lá fora, Tatiana.
Ao mesmo tempo, é me deparar com isso - comigo mesma - em alguns momentos. Observar o lá fora remete-me a mim mesma. Tudo bem, não quero fugir disto. Em suma, sei que essa fase que estou atravessando é uma das que estou (som na caixa!) "sensível demais"...
A orquestra em ação




Estar na rua, ver as cores, ouvir os sons, sentir os sabores e metabolizar tudo isso por aqui tem valido muito a pena.

4 comentários:

  1. ô tatinha adorei zuzu, mas queria ver uma fotinho sua com a fantasia de baiana. quedelhe?

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  2. não tem, Titones. Só no Carnaval que vem. Tu se fantasia de gueixa e eu repito a minha da baiana, tá?

    bjo

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  3. ahahaha. eu vou me fantasiar de gorda, huahuahua. nem precisa de fantasia.

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  4. Caaaara, o mais massa lá no Rio no Carnaval é poder sair como quiser. Pena que é só no Carnaval. Que bobagem, né? A gente podia sair fantasiado sempre!

    De gorda não. Essa fantasia eu e vc vamos tirar, né? Se bem que nossa fantasia tá de, como diz a Camilla, musa renascentista. Serááá?

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