21/10/2008

LONG WAY

Flávia Manhone e Ludmyla AraújoFlávia Manhone e Ludmyla Araújo
Lamartine Neto

Lamartine Neto

Lamartine Neto

As fotos estavam no Fora de Moda, com créditos para Holofotes.


Em tempos de barbárie, incompetência, conformismo cristão, mentiras, desmentidos, esmolas e muitos aborrecimentos políticos (oh, Lula, oh, Marta, oh, azar!) e pouca paciência na repartição, achei no blog Fora de Moda, do Ricardo Oliveiros, uns vestidos que me fizeram parar e ter vontade de vestir alguma coisa bonita (novidade?) e estar em algum lugar novo, tranquilo, celebrando algo.

Os dois primeiros vestidos são de Flávia Manhone e Ludmyla Araújo, e os três seguintes, de Lamartine Neto. Todos apresentados num evento de moda de Vitória (ES). Como não posso ser preconceituosa, admito que amei os dois vestidos das primeiras estilistas. Mas destestei o que els escreveram no catálogo: roupa destinada a classe média e classe média alta (cusp! cusp!). Tipo a Cris Barros e a Raya de Goye. O Ricardo fala com mais propriedade (e menos envolvimento) sobre isso lá no post dele.

Quer fazer moda para rico, bota o preço lá em cima, baby, não precisa ESCREVER que é para rico. Olha a diferença de nível entre o que elas escreveram e o que o Lamartine, autor das outras três preciosidades, escreveu: roupa criada a partir da sensação de amplitude de um vôo rasante entre céu e terra.

Produto mercadológico? Expressão artística? Futilidade de dondoca? Estilo? Império consumista? Cartel de companhias têxteis? Mooondinho? Não me importa, importa é que quando a roupa me transmite algo bom (e é possível que eu seja enganada bilhões de vezes), quando me faz me sentir bem, mais bonita, mais em paz, mais em comunhão com o meu estado de espírito (seja ele fuck you ou love me tender), eu admiro e, dependendo da ocasião e das possibilidades, compro.

2 comentários:

  1. no mercado sobram pseudo-profissionais e falta-lhes humildade, trajetória, história. nego acaba de se lançar e quer ser o uó-do-borogodó. tava pensando nisso esses dias. qualquer ninfetinha quer ser jornalista pra aparecer na televisão. como assim? jornalismo que eu SAIBA, tem um envolvimento maior com a pesquisa, determinação, leitura,com os princípios e a pessoa tem que nascer pra coisa.
    esses estilistas querem primeiro
    "causar" pra depois alcançar um patamar como o de alexandre herchcovitch que começou fazendo roupa pra punk.

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  2. cara longo pra mim, é tipo NUNCA. muito baixinha.

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