30/04/2008

CURCUBIS

Êêê!!! Consegui tirar foto das melancias com os papéis colados. Teixeira continua cheia de melancias.

27/04/2008

CRUZADO




Esses dias, lá em Teixeira, andei lendo "Memória de minhas putas tristes", do Gabriel García Márquez. Sou uma nulidade em termos literários, mas mesmo assim, durante a leitura tinha a sensação de estar bastante decepcionada com o livro.

Não foi aquele bombardeio mental que senti quando li "Cem anos de solidão", em que eu ficava indo e voltando nas páginas, para não me perder no emaranhado da genealogia toda. Naquele, pensei: tinha que ter começado a ler esse livro com um bloco de anotações, porra! Mas já era metade, e eu não conseguia me desvencilhar da voracidade de ir em frente.

"Memória" não... Não sei se alguém se chocou com o tema, mas para mim, ela parece brincadeira de criança. Não por isso, menos importante. Quando li, eu estava mais ranzinza tanto para assuntos sexuais quanto para do amor - se é que esse joça existe, mas me pareceu tão patético o cara se apaixonar por uma idealização, por uma guria de quem não sabia nadica de nada - e nem queria saber - e a quem deu um apelido só deles...

Para mim, as coisas não podem vir descompanhadas da realidade. Maaaaas, como parece que o Gabriel García Marques deve ser "levemente" mais inteligente que eu, eis que me deparo com a seguinte passagem:

Descobri que tinha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo; não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema em simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza.

Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como uma reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir a minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio.

Toma, Tatiana, um soco na boca do estômago para vc aprender!

16/04/2008

SAUDADES DO MATÃO?

Eu não sei o que aconteceu lá em Teixeira de Freitas, mas eu, que não gosto de cães, achei uns bichos simpáticos.

Era linda, ela.

Morava nessa casa de fazenda...

Onde trabalhava esse vaqueiro...

Que fumava cigarrinho de palha

E nos ofereceu um queijo mineiro (já estávamos quase na divisa com Minas) feito lá mesmo, no dia anterior.

13/04/2008

MELÂNCIAS

O bom era fotografar, mas para variar, não deu para parar o trabalho e ficar me alugando. A novidade é que as melancias têm um papel colado nelas, para que não sofram com o sol. Até o agrônomo que estava comigo disse que já tinha visto isso na literatura, mas nunca em campo.

O fato é: tem melancia para cacete, sobrando. E o preço tá baixo, R$ 0,10 no campo. Quem plantou, sifu. Ás vezes não compensa nem colher.

Plante, que ninguém garante!

PERDIDOS NA SELVA


Mapa: SEI

Índio Suruí leva devastação da floresta ao Google

O Google está prestes a colocar na internet, com acesso aberto, mapas
detalhados da devastação na
floresta Amazônica. A iniciativa surgiu após um pedido de ajuda do líder
indígena Almir Suruí ao
Google Earth para mapear a terra de seu povo e, assim,
protegê-la do desmatamento.
A Terra Indígena Sete de Setembro fica no município de
Cacoal, em Rondônia.
Tanto pelo povo Suruí Paiter, de 1,2 mil habitantes, como pelo Google,
a iniciativa é considerada histórica.
"Podemos ver como as terras desses indígenas estão cercadas de
desmatamento", afirmou Rebecca Moore,
diretora de Programs do Google Earth. Amanhã, Almir falará sobre o assunto
em Londres - OESP, 9/4, Vida, p.A20.

Fonte: ISA

O Google Earth está substituindo o trabalho que era, por missão dos órgãos ambientais. Tsc, tsc. Bem feio ver que a gente não faz o que deveria fazer, aí outro vem e faz.

Na Operação em que estamos, por exemplo, ao invés de termos imagens atualizadas, para podermos comparar a cobertura vegetal atual com a pretérita, ter ajuda para calcular a Área de Preservação Permanente e de Reserva Legal das propriedades, enfim, ter um Sistema de Informações Geográficas realmente capaz de nos ajudar com os trabalhos de campo, temos o inverso.

Como qualquer leigo, ficamos dependendo do Google. Como diz o Dr. Sérgio Mendes, do NUMA/Ministério Público: "os infratores são organizados, nós não somos".

Para não dizer que não temos nada, temos: o Geobahia e o Geoflora. Mas como se comunicam, eu confesso não saber. Para mim, eles têm funcionalidade ZERO.

Por essas e outras que tenho pensado se realmente estou no trabalho certo.

12/04/2008

DANOS, ENGANOS

Flagra recentemente detectado

A fantasia das multas ambientais



Em 2 de abril de 2003, por lançar 1,2 bilhão de litros de resíduos
tóxicos nos rios Pomba e Paraíba do Sul, deixando cerca de 500 mil pessoas
sem água, a Indústria de Papel Cataguazes foi multada pelo Ibama em R$ 50
milhões. Passados cinco anos a multa ainda não foi paga. O caso Cataguazes
expõe a fantasia das infrações ambientais. Um levantamento revela que, nos
dez anos da lei, menos de 1% do valor total de multas administrativas
aplicadas pelos órgãos ambientais estaduais foi pago. No Ibama, a situação é
parecida: a União recebeu, desde 1998, apenas 10% das multas emitidas no
período. O percentual inclui os R$ 35 milhões pagos pela Petrobras devido ao
vazamento de óleo na Baía de Guanabara (RJ) em 2000 -

O Globo, 23/3, Rio, p.22 e 23.


O mau exemplo vem de cima

Apesar de terem o dever de garantir o respeito à legislação
ambiental, União, estado e municípios são réus recorrentes tanto na Justiça
federal quanto na estadual. Segundo um levantamento feito pelo Ministério
Público Federal, a União é recordista, figurando em sete ações civis públicas
e quatro populares, seguida da prefeitura do Rio, que acumula cinco ações
civis públicas e uma popular. A prefeitura figura também em cerca de mil
investigações sobre crime ambiental, de um total de duas mil, feitas pelo
Ministério Público estadual. Até órgãos de fiscalização não fogem à regra: o
Ibama responde a três ações civis públicas e a Feema, a duas ações civis
públicas e uma popular. Apesar dessa enxurrada de ações cíveis, casos
envolvendo o poder público raramente chegam à esfera criminal -


O Globo, 18/3, Rio, p.18.
Fonte: ISA

Em janeiro de 2007, escrevi sobre o valor das multas ambientais no rio dos Sinos. Entra ano, sai ano, sempre o mesmo engano, como já disseram alguns. É um dos desafios para quem trabalha com fiscalização ambiental, fazer com que o Auto de Infração não fique na gaveta do empreendedor mofando, e enquanto isso o dano não seja recuperado. Administrativamente as coisas emperram, às vezes por interesses contrários (qtas. multas deixaram de ser emitidas ou viraram Termo de Compromisso?) envolvidos no processo, ou até mesmo por desorganização e falta de pessoal nos órgãos ambientais.

Aqui, estamos trabalhando em parceria com o Núcleo Mata Atlântica - NUMA, do Ministério Público Estadual, para que os Autos tenham desdobramento civil e penal.

Mas quando eu leio notícias como as aí de cima, fico muito descrente! O resultado de sempre, meio ambiente relegado ao enésimo plano, e o trabalho de pessoas comprometidas jogado no lixo.

AS APARÊNCIAS ENGANAM

Cinta Karajá com plumas do ventre e coberteiras inferiores da asa de arara-canindé (Ara ararauna); plumas do ventre e coberteiras da asa de arara-canga (Ara macao) e, prov. também da arara-vermelha (Ara chloroptera).
Suporte: faixa tecida de algodão.
Outros componentes: cápsulas de frutos de "chapéu-de-napoleão", cordéis de fios de buriti, lascas de pecíolo de palmeira.
Comprimento total: 60 cm; largura: 17 cm.
Foto: Wagner Souza e Silva
Fonte: Terra Brasileira

Tráfico silvestre

11.04.2008

A comerciante Lilaz de Souza Loureiro foi denunciada esta semana à Justiça, pelo Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA). Ela estava exportando partes de animais silvestres, disfarçando a maracutaia como artesanato indígena. Ela foi processada por contrabando, receptação de produto de crime e por formação de quadrilha. Se for condenada, pode emplacar de três a 15 anos de cadeia. Em maio de 2004, a Polícia Federal encontrou em sua residência, em Belém, pedaços de animais registrados como artesanato para que pudessem chegar ao Exterior. Artesanato com partes de animais silvestres só pode ser exportado para intercâmbio científico e cultural e com autorização da Fundação Nacional do Índio.


Quadrilha internacional

11.04.2008

Na época da apreensão, segundo o MPF/PA, a acusada integrava uma quadrilha chefiada pelo norte-americano Milan Hrabovski, que, através das suas empresas Rain Forest Crafts e Tribal Arts, sediadas na Flórida (EUA), encomendava artefatos indígenas com plumas, garras, presas e ossos de animais silvestres brasileiros. Seus colaboradores no Brasil atuavam principalmente no Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia e no Distrito Federal. O procurador da República Fernando José Aguiar de Oliveira registra na denúncia que também participavam do esquema servidores da Funai, do Ibama e pessoas ligadas às lojas Artíndia, do departamento de artesanato da Funai. Contra esses outros envolvidos, as denúncias terão que ser feitas na Justiça Federal do estado de origem de cada um deles.

Fonte: O Eco



Por isso, todo cuidado é pouco. O melhor é NÃO COMPRAR lembrancinhas do tipo, por mais que tenham cara de corretas.

HERDEIROS DO PAMPA POBRE


Charge: RS Urgente

A gauchada tá bombando. Quem quiser, que se engane, mas o babado com as fábricas de celulose não é fraco não.

A Chefinha da Fepam (Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente) botou para quebrar. É isso aí, tem que botar esse pessoal para trabalhar! Afinal, quem eles pensam que pagou a campanha da Chefona, Dona Yeda Crusius?

Não é de hoje que a Silvicultura no RS tem sido responsável pela dança das cadeiras no órgão ambiental de lá. Enfim, o Zoneamento foi aprovado sem os percentuais para plantio em cada Unidade de Paisagem Natural (UPN) e sem a limitação do tamanho dos maciços de eucalipto e pinus da distância entre eles. A governadora influiu diretamente para que a liminar que suspendia tal zoneamento fosse cassada.

03/04/2008

DOCE COMO JILÓ

Mini melancia? Não, é jiló-selvagem, e me disseram que é muito doce. Mas só me disseram depois, e eu não havia pego nenhum de lembrança. No meio de pega-ponto anota-ponto tira-foto anota-foto, entra no carro, sai do carro, pega mapa, procura tabela, confabula com o companheiro de Equipe, consulta legislação, confabula de novo, NUNCA dá tempo de tirar foto das minhas coisinhas lindas.
_____
Poutz!!! Só a "esperta" aqui para acreditar (e postar, fascinada com a novidade) que o jiló-selvagem é doce. Fui toda feliz, no dia seguinte ao desta postagem original, arrancar uns dois ou três para levar para casa.
- Moça, faz isso não, é cheio de espinho, vc vai machucar a mão, disse-me o mateiro.
- Ai, mas é que eu queria levar uns, porque são doces.
- De onde vc tirou essa idéia, Tatiana? - pergunta-me justamente a pessoa que tinha me informado da candura dos frutos no dia anterior.
- Oxi, foi vc que me disse ontem... Eu até coloquei no meu blog....
E aí começa mais uma discussão infindável, como as que eu tinha no primário, quando os meninos me falavam uma coisa, e eu, além de acreditar, contava a novidade para todo mundo.
Os dias têm sido divertidos.

ESCALA INTERNACIONAL

Convenci meu companheiro de Equipe e o motorista a pararem na placa ("na volta vou parar, não importa se estivermos com fome ou cansados, ou marcados com mais gente, é só uma paradinha"), pois eu TINHA que provar que já estive em Barcelona

Não deu para fotografar todos os carrapichos porque no no mato a coisa é corrida, não dá tempo para fotos particulares. Tita, lá estava a botinha marrom prima da sua.

Ai. Hoje fizemos seis inspeções. Sim, sou ansiosa e sofri por antecipação pelas que vamos fazer amanhã, que será o primeiro dia quando marcamos inspeções de tarde.

02/04/2008

MASSA

A maçaranduba na natureza. Foto: The Designer Decking Company

A maçaranduba é um problema ambiental

"Há anos, o industrial Geraldo Pilz tenta comprar restos de garrafas descartáveis, sacos plásticos e outros recicláveis, no rastro das 141 mil toneladas anuais que, em média, cada brasileiro deixa em sua caminhada existencial. Pilz faz madeira plástica numa fábrica de equipamentos industriais. O nome refere-se a um material que parece madeira de longe e plástico de perto. A conversa vai muito bem até que ele diz o preço do metro cúbico desse produto que passa, via reciclagem, por uma quadritributação, ouve todas as variações possíveis da mesma resposta: "Ah! Mas a maçaranduba custa menos". Enquanto houver um pé de Manilkara bidentata para as motosserras derrubarem na Amazônia, sua madeira plástica não será páreo para as árvores nativas", artigo de Marcos Sá Corrêa - OESP, 19/3, Vida, p.A18.

Fonte: O Eco
     
Existem exemplos práticos que já passaram do campo das idéias. Já consumiram o trabalho mental e braçal de pessoas que, além de boas intenções, empenharam recursos financeiros e humanos na execução de projetos para os quais deveriam haver incentivo e subsídio.

Em suma, o governo deveria AGRADECER por haver um cara como esse. O governo, a sociedade, todos nós, enfim. Mas a resposta é essa.

DETALHES


O encanto das coisas pequenas, que requerem calma para olhar.

TODOS QUEREM SER PASTORES

Eu queria chegar bem perto deles para tirar a foto, mas cadê a coragem? Vaca com bezerro novo não tem cara de muitos amigos...


Sempre achei vaca um bicho bonito, pela sua calma. A pecuária em si é uma atividade que vem se mostrando altamente degradadora, e se eu tivesse juízo, não comia carne. Nesses dias de campo, encontramos com vacas presas em cercas de arame farpado, vacas doentes na chuva (uma com um câncer muito, muito avançado, que deixava o corpo dela coberto de verrugas, fazendo muita, muita pena), enfim, animais doentes que estão por aí vulneráveis ao abate de qualquer irresponsável que possa vender para... nós!

Em matadouros o controle é bem mais rígido, mas a crueldade não é menor: abatem-se vacas prenhas de bezerros de até sete meses. Fiquei horrorizada quando me contaram, e me disseram inclusive que a carne é mais gostosa!

Confesso que todos os dias tenho comido churras, amo, mas admito que é horrível de minha parte. Admito e pronto, sem patrulhas tb, acho que já faço um monte de outras coisas, mas a cena de um bezerro mamando sempre me tocou muito.

Aliás, estou sendo constantemente zoada por chegar nas áreas e falar: "ai que Reserva linda!"... Temos achado boas áreas, assim como áreas detonadas.

Não devem existir vilões nem mocinhos. O negócio não é demonizar o Eucalipto nem a pecuária, e sim ordenar essas atividades.

Que precisam, sim, de muito ordenamento.