21/10/2013

GENERAL


"(...) a origem desse estereótipo nada tem de benigno. Foi engendrado pela elite da Bahia com o objetivo de depreciar os negros, a maioria esmagadora da população local. 
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Uma empresa com sede no Pólo Petroquímico de Camaçari, a 41 quilômetros de Salvador, registrou menos faltas de funcionários durante o Carnaval de 1994 do que sua filial de São Paulo. 
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Numa tarde de domingo, ficou impressionada com o que viu numa festa freqüentada por gente da elite de Salvador, políticos, advogados e empresários. 'Eles começaram a reclamar da preguiça dos empregados negros, enquanto eram servidos por eles. Os negros eram os únicos que estavam trabalhando ali', lembra.
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O valor que o tempo e o trabalho têm para os baianos, diz a tese, é fortemente influenciado pelo candomblé. (...) No fundo, vem da tradição africana o conceito de que o trabalho não é o foco principal da vida, que trabalho e lazer não se opõem. O que não significa que as pessoas não trabalhem. Ao contrário, trabalham muito, mas sem colocarem o trabalho como objetivo central da existência e cuidando muito das relações que ocorrem fora da esfera do trabalho”

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