Salmões preparados por mim em duas versões: com molho de mel, mostarda e castanhas e arroz com iogurte, alho frito, manjericão e alcaparras e Com salada de tomate, rúcula e palmito
Que eu amo salmão não é novidade. É bem fácil de fazer, já escrevi sobre isso, em um dos meus inúmeros posts com fotos de delícias salmonescas (aqui, aqui, aqui e aqui). Mas me enganei ao achar que era saudável. Saudável é o salmão lá do Hemisfério Norte, em seu habitat natural, nadando contra a correnteza.
Só que o que a gente come (e só por isso consegue comprar, porque senão não ia estar abarrotado de salmão nas prateleiras dos supermercados) é salmão criado no Chile. Nos mesmos moldes da carcinocultura (criação de camarões) aqui no Brasil, e especialmente aqui na Bahia, cujas desconformidades são bastante criativas, tanto sociais quanto ambientais.
Na samonicultura chilena, o caso não é diferente. Primeiro, porque sendo o salmão criado em condições diferentes das naturais, ele tem que receber vários hormônios, suplementos alimentares e antibióticos. Aquela coloração linda dele, ele só tem porque tem a atividade física que lhe é inerente, então dá-lhe corante. Pronto, temos um salmão totalmente falsificado (não pensem que com o camarão de carcinocultura é muito diferente!).
Isso tudo vai conduzindo a situação para um manejo genético com efeitos no mínimo desconhecidos, fala-se num supersalmão. E uma coisa dessas, sendo super ou não, é bem capaz que tenha substâncias cancerígenas mesmo. Não se trata de ser carola e desconfiar de tudo, mas de primar pelo Princípio da Precaução, que é o que o Brasil não faz em relação aos transgênicos, por exemplo.
No caso dos produtores de salmão, como em casos similares (soja, camarão), eles preferem, desqualificar os estudos que desapontam os interesses econômicos deles a discutir de maneira sensata maneiras de diálogo, ajuste, certificação.
Para produzir 1 kg de salmão são necessários 3 a 5 kg de peixe fresco. É insustentável. Como a criação de camarões, que custa mais de R$ 12,00/kg, e o kg é vendido por kg ao distribuidor (ou algo assim, é um disparate). Como fecha a conta? O segredinho é que as empresas multinacionais que fornecem a ração são subsidiadas pelos bancos públicos (o maravilhoso BNDES capitaneando isso), ou seja, com o nosso Imposto de Renda de 27,5%.
E os salmões chilenos, assim como os camarões baianos, por conta da enorme densidade dos tanques e outras detonations, ficam doentes, e dá-lhe remédios que o FDA (agência reguladora de produtos alimentícios e farmacêuticos nos Estados Unidos) não aprovam, mas que no Chile são utilizados indiscriminadamente. Além disso, as redes que revestem os tanques têm umas pintura com cobre e benzeno para que a lea não se agregem outros organismos marinhos.
Não obstante a catástrofe ambiental, a samonicultura é um modelo de exclusão social, que como todos seus similares é abraçado vigorosamente pelos governos irresponsáveis e amadores, porque produz excelentes indicadores econômicos. Quer dizer, me recuso a acreditar em indicadores econômicos que não levem em conta a depreciação dos recursos naturais e em PIBs que não considerem externalidades. E em números de empregos gerados que não analisem a qualidade desse emprego face a outras alternativas que poderiam ter sido implantadas.
Fazer política assim, numa república de bananas, salmões ou camarões, não fica tão difícil. Trazer uma indústria de pescado que na Noruega tem que andar pianinho e no Chile pode fazer a festa tributária, trabalhista e ambiental, todo mundo quer.
Eu quero é saber como faço na substituição disso na minha dieta alimentar.
Só que o que a gente come (e só por isso consegue comprar, porque senão não ia estar abarrotado de salmão nas prateleiras dos supermercados) é salmão criado no Chile. Nos mesmos moldes da carcinocultura (criação de camarões) aqui no Brasil, e especialmente aqui na Bahia, cujas desconformidades são bastante criativas, tanto sociais quanto ambientais.
Na samonicultura chilena, o caso não é diferente. Primeiro, porque sendo o salmão criado em condições diferentes das naturais, ele tem que receber vários hormônios, suplementos alimentares e antibióticos. Aquela coloração linda dele, ele só tem porque tem a atividade física que lhe é inerente, então dá-lhe corante. Pronto, temos um salmão totalmente falsificado (não pensem que com o camarão de carcinocultura é muito diferente!).
Isso tudo vai conduzindo a situação para um manejo genético com efeitos no mínimo desconhecidos, fala-se num supersalmão. E uma coisa dessas, sendo super ou não, é bem capaz que tenha substâncias cancerígenas mesmo. Não se trata de ser carola e desconfiar de tudo, mas de primar pelo Princípio da Precaução, que é o que o Brasil não faz em relação aos transgênicos, por exemplo.
No caso dos produtores de salmão, como em casos similares (soja, camarão), eles preferem, desqualificar os estudos que desapontam os interesses econômicos deles a discutir de maneira sensata maneiras de diálogo, ajuste, certificação.
Para produzir 1 kg de salmão são necessários 3 a 5 kg de peixe fresco. É insustentável. Como a criação de camarões, que custa mais de R$ 12,00/kg, e o kg é vendido por kg ao distribuidor (ou algo assim, é um disparate). Como fecha a conta? O segredinho é que as empresas multinacionais que fornecem a ração são subsidiadas pelos bancos públicos (o maravilhoso BNDES capitaneando isso), ou seja, com o nosso Imposto de Renda de 27,5%.
E os salmões chilenos, assim como os camarões baianos, por conta da enorme densidade dos tanques e outras detonations, ficam doentes, e dá-lhe remédios que o FDA (agência reguladora de produtos alimentícios e farmacêuticos nos Estados Unidos) não aprovam, mas que no Chile são utilizados indiscriminadamente. Além disso, as redes que revestem os tanques têm umas pintura com cobre e benzeno para que a lea não se agregem outros organismos marinhos.
Não obstante a catástrofe ambiental, a samonicultura é um modelo de exclusão social, que como todos seus similares é abraçado vigorosamente pelos governos irresponsáveis e amadores, porque produz excelentes indicadores econômicos. Quer dizer, me recuso a acreditar em indicadores econômicos que não levem em conta a depreciação dos recursos naturais e em PIBs que não considerem externalidades. E em números de empregos gerados que não analisem a qualidade desse emprego face a outras alternativas que poderiam ter sido implantadas.
Fazer política assim, numa república de bananas, salmões ou camarões, não fica tão difícil. Trazer uma indústria de pescado que na Noruega tem que andar pianinho e no Chile pode fazer a festa tributária, trabalhista e ambiental, todo mundo quer.
Eu quero é saber como faço na substituição disso na minha dieta alimentar.
é por isso que eu não como tati, um dos motivos, claro.
ResponderExcluirO pior é que é, Tita! E tudo é assim, nesse mundo poooooodre... Se formos levar ao pé da letra, vamos viver em comunidades e pllnatar o que comemos. Porque a soja é um dos principais (senão o principal) vetor da expansão agrícola do Brasil, o que significa, em temros nus e crus, o avanço de desmatamento, a perda de habitat de espécies do cerrado brasileiro, principalmente. Tudo para ração para a proteína animal que será exportada.
ResponderExcluirO ideal seria a gente comer só orgânicos, mas ainda são caros e não têm muita distribuição. Quando eu vou na prateleira dos orgânicos no mercado, eles estão apodrecendo. E ir na feirinha dos orgânicos é lindo e tals, mas não cabe no meu cotidiano.
Enfim, é legal a gente ir melhorando do jeito que dá. As frutas, tu sabe o quanto de veneno elas levam? Ás vezes é melhor nem saber...risos....
Bjos bjos bjos, aiiiiiiiii, meu (seu, né?) bebêzinho vai ser natureba, lindo!!!!!