29/06/2008

NÃO ESTOU LOUCO, MAS TB NÃO ESTOU SÃO


Foi divertido ver o Hank velho. Nunca tinha lido. Tive companhia durante o tempo em que fiquei na semana retrasada esperando o trem.

E como ele consegue ser uma boa companhia!

Na velhice, continuou sendo um cara que não suportava as pessoas. "O melhor leitor e a melhor pessoa são os que me recompensam com sua ausência". Me deu vontade de fazer panfletos com essa frase e distribuir por aí, na entrada do trabalho, na fila do banco, nos bares cheios de medíocres achando que são felizes.... Escreve: "eu não me importo, a não ser que tenha que viver com eles".

Já no fim do livro, fala sobre o mesmo assunto:
"o problema é que eu tenho que me relacionar com eles. Isto é, se eu quiser que as luzes continuem acesas, se eu quiser consertar esse computador, se eu quiser dar a descarga na privada, comprar um pneu novo, arrancar um dente ou abrir minha barriga, tenho que continuar a me relacionar".

Impossível não rir com a ranzinzice dele: "gente demais é cuidadosa demais. Estudam, ensinam e fracassam. A convenção apaga sua chama". Ou: "não me coloque em uma sala cheia de humanos. Nunca faça isso comigo. Especialmente numa festa. Não faça isso".

Assume: "não sou boa companhia, não gosto de conversar. Não quero trocar idéias - ou almas. Sou apenas um bloco de pedra para mim mesmo. Noutra passagem: "existem muitas coisas para se escrever, mas não para se falar". E finaliza: "deve ser bem estranho viver comigo. É estranho para mim".

Se reconhece como estranho desde cedo:
"sempre estive por fora, nunca me adaptei. Descobri isso nos pátios das escolas. E outra coisa que aprendi foi que eu aprendia muito devagar. Os outros caras sabiam de tudo; eu não sabia merda nenhuma".

Ele ia ao hipódramo todo dia. "Minha maldita vida pendurada no gancho", dizia. "A multidão do hipódramo é o mundo em tamanho menor, a vida lutando contra a morte e perdendo. No final, ninguém ganha, buscamos apenas uma prorrogação, um momento sem ser ofuscado". Noutras vezes: "me sinto como se estivéssemos todos presos num filme. Sabemos nossas falas, onde caminhar, como atuar, só que não há uma câmera".

Ele sabia que se ficasse "longe do hipódramo, teria tempo de sobra". Mas "tem sempre alguma coisa atrapalhando minha chegada a mim mesmo".

Numa passagem descreve a lentidão com que as pessoas saem do hipódramo, caminhando para o estacionamento: "somos lesmas caminhando sobre uma folha". Essa letargia é notada por ele tb adiante: "(...) já levei um caderno, bem, escreveria alguma coisa entre os páreos. Impossível. O ar é denso e pesado, somos todos membros voluntários de um campo de concentração".

Ficava de cara com um sujeito que conseguia nunca ganhar nas apostas: "de certa forma ele é um gênio, porque ele nunca escolhe um vencedor".

Sobre as previsões que se oferecem para as apostas, ele ataca: "cada vez que você paga alguém para dizer a você o que deve fazer, você é um perdedor. E isto inclui seu psiquiatra, seu psicólogo, seu operador de bolsa de valores, seu professor e seu etc (...) Não há nada que ensine mais do que se reorganizar depois do fracasso e seguir em frente".

Ainda na linha dos ensinamentos, escreve: "acho que tirar minha bunda daqui me força a olhar para a Humanidade, e quando você olha para a Humanidade, você TEM que reagir". Ou então: "não podemos nos examinar de perto demais ou vamos parar de viver, parar de fazer tudo. Como os sábios que ficavam sentados em uma pedra e não se mexiam. Não sei se isso é sábio, também".

Ele se preocupa um pouco com a futilidade de suas preocupações, como cortar as unhas dos pés. "Sim, eu sei que tem pessoas morrendo de câncer, que tem pessoas dormindo em caixas de papelão e eu fico falando em cortar as minhas unhas. Ainda assim, provavelmente estou mais perto da realidade do que um panaca que assiste a 162 jogos de baseball por ano. O fato de eu estar vivo e com 71 anos falando sem parar sobre minhas unhas dos pés é milagre o suficiente para mim".

Entretanto, zombava constantemente da morte. "Levo a morte em meu bolso esquerdo. Às vezes, tiro-a do bolso e falo com ela: 'Oi gata, como vai? Quando virá me buscar? Vou estar pronto'." Sobre a vida, constata: "a vida me fode, não os damos bem. Tenho que comê-la pelas beiradas, não tudo de uma vez só. É como engolir baldes de merda".

Hahaha, o velho é genial. Tenho vontade de fazer out-doors com as frases dele.


"O que é terrível"
- escreve ele - "não é a morte, mas as vidas que as pessoas levam ou não levam até a sua morte". E vai descrevendo o estilo de vida das pessoas. Conclui que "a maioria das mortes das pessoas é uma empulhação. Não sobra nada para morrer."

Ele gostava muito de música clássica e não gostava de rock. Ia a alguns show mais por causa de sua última mulher, Linda. Ganhavam ingressos, eram tratados como VIPs. Diz que talvez as letras de um show onde foram
"provavelmente falavam de Causas, Decências, Amor achado e perdido etc. As pessoas precisam daquilo - anti-sistema, anti-pais, anti-alguma coisa. Mas uma banda milionária e bem sucedida como aquela, independentemente do que disser, AGORA FAZIA PARTE DO SISTEMA".

Quando a banda dedicou o show, para 25 mil pessoas, ao casal, ele pensou: "será que estou sendo sugado? 72 anos brigando a briga certa para ser sugado?".

Explica porque nunca escreveu nada panfletário: "eu não buscava uma justiça ou lógica".
A acidez dele o coloca num time diferente dos que têm uma causa: "é como as pessoas que protestam contra a guerra, precisam de uma guerra para crescer (...) E quando não há uma guerra, elas não sabem o que fazer".

No livro, está fascinado com o advento do computador. Na agilidade que o uso do PC conferiu à sua produção. Afinal, diz ele, "um escritor não deve nada, exceto ao seu texto". Graceja da resposta dos editores que acham que ele devia voltar a escrever com a máquina, pois ele diz que se "posso escrever o dobro e a qualidade permanece a mesma, então prefiro o computador. Escrever é quando vôo, escrever é quando começo incêndios. Escrever é quando tiro a morte do meu bolso esquerdo, atiro-a contra a parede e a pego de volta quando rebate. Esses caras acham que você tem que estar crucificado e sangrando para ter alma. Querem que você esteja meio louco, babando na camisa. Já estou cheio da cruz, meu tanque também está cheio disso. Se puder ficar fora da cruz, ainda terei bastante combustível. Demais. Deixe que eles subam na cruz, eu os congratulo. Mas a dor não cria a obra, um escritor, sim".

Ainda sobre os computadores, elocubra: "imagino qual será o próximo passo depois do computador. Provavelmente, você só apertará os dedos nas têmporas e sairá esse monte da palavras perfeitas".

Sobre a literatura que se produz, ele critica: "depois que você lê uma certa quantidade de literatura decente, simplesmente não há mais nada. Nós mesmos temos que escrever". E prossegue: "hoje, minha principal influência sou eu mesmo".

Então, imagina como seria o inferno: "todos os poetas estarão lá, lendo seus trabalhos e eu vou ter que ouvir. Serei afogado por sua elegante vaidade, por sua transbordante auto-estima. Se houver um inferno, este será o meu: um poeta atrás do outro lendo sem parar....".

Comentando um dia após o outro: "música ruim na rádio, mas não se pode esperar um dia 100 por cento. Se você conseguir um 51, você já ganhou. Hoje foi um 97". Ele acha que as melhores horas do dia são as nas quais está escrevendo. "Mas você tem que ter horas imperfeitas para ter as perfeitas. Você tem que matar dez horas para que duas vivam. O que você tem que cuidar é para não matar TODAS as horas, TODOS os anos".

Sobre essa maneira intensa de viver, e o reflexo disso na sua obra, analisa: "precisava me colocar em situações perigosas. Com os homens. Com as mulheres. Com os carros. Com as apostas. Com a fome. Com qualquer coisa. Alimentava a palavra. Tive décadas diss. Agora, mudou. O que preciso agora é mais sutil, mais invisível. É um sentimento no ar. Palavras ditas, palavras ouvidas. Coisas vistas. Ainda preciso de um trago. Mas agora estou em nuances e sombras. Sou alimentado com palavras, por coisas que mal me dou conta. Isso é bom. Escrevo uma merda diferente agora. Alguns já reparam".

Em 91, 92, ele já estava com sua vida ganha. 71 anos de idade, tinha virado cool e estava, realmente, cagando para isso. Às vezes comentava algo sobre os acontecimentos do dia, como fazer a revisão no sistema de alarmes da sua casa. Depois se perguntava se ele era o mesmo cara que dormia em latas de lixo. Certa ocasião, se sentindo bem disposto, comentou: "(...) me sinto como uma usina elétrica, dez anos mais jovem. Diabos, é de morrer de rir - 10 anos mais moço me faz ter 61, vocês acham isso legal? Me dexem chorar, me deixem chorar!".

Mas não deixava para trás uma indignação pelo seu reconhecimento ter vindo tardiamente. "Porque tenho que chegar aos 51 para poder pagar o aluguel com meus livros? Quero dizer, se estou certo e escrevo igual, porque demorou tanto? Tive que esperar que o mundo me entendesse? E, se ele me entende, como estou agora? Mal, é isso".

Hahaha, mas que bosta!!!! Sempre me senti assim em relação às coisas, principalmente ao meu trabalho. Ao invés de ficar alegre quando as pessoas reconheciam que fizeram cagadas e que eu tinha razão, eu penso: mas meu Deus, porque a anta demorou tanto para perceber isso? E, se estão achando que eu sou lúcida (odeio quando falam: nossa, Tatiana, mas como vc está lúcida! E antes eu babava, delirando, por acaso?), será que não é sinal que está tudo uma merda mesmo?

Por outro lado, tem o alívio em ser incógnita, ao mergulhar na piscina da sua casa: "o mundo não sabe onde estou".

Teve uma hora em que me lembrei da Tita: "na minha próxima vida, quero ser um gato. Dormir 20 horas por dia e esperar ser alimentado. Sentar por aí lambendo meu cu".

A impossibilidade de fazer bem a quem ama (ama?), tão bem explícita no filme "Crônicas de um Amor Louco", tb está presente aqui: "ouvi falar que encontraram minha primeira mulher morta. Pobre garota (...) Ela se divorciou de mim e devia ter feito isso. Não fui bom ou generoso o suficiente para salvá-la". Embora seja mórbido, isso não me é estranho.

Sobre a forma do livro, o fato dele ser um diário, ele não poupa nem a si mesmo: "acho que a pessoas que têm cadernos e anotam seus pensamentos são umas cretinas. Só estou fazendo isso porque alguém sugeriu que eu o fizesse. Como você vê, não sou nem mesmo um cretino original".

É, Hank, tu é um cretino sensacional!

23/06/2008

ACENDE A FOGUEIRA DO MEU CORAÇÃO

Anna and me

Ontem eu fui ao show do Alceu Valença no São João do Pelourinho. Ainda bem que a Anna tb queria ir, porque eu já estava tão entediada de ficar trancada em casa há dias que pensei até em ir sozinha.

Realmente, é outro mundo. É impresisonante como aqui em Salvador as camadas sociais não se misturam. Estávamos lá, nós, no meio de um mundo que eu, pelo menos, desconheço. É o mundo real. O mundo de pessoas de bem, sérias, honestas, trabalhadoras, humildes. Que dançavam forrózinho chamegado com seus maridos, seus namorados, seus amores. Que cantavam junto com Alceu todas as músicas das quais eu sei a letra de trás para frente e de frente para trás.

Mas são pessoas com as quais eu não convivo. Todas estavam enfeitadas, bonitas para a festa. Com suas roupas compradas em lojas populares, e não por isso menos bonitas que o meu vestido caro e minhas pulseiras novas.

Fiquei, assim, comparando no que seria a felicidade. Eu estava lá feliz por estar no meio daquela gente. Por eu estar assistindo um show do Alceu doze, quinze anos depois do show dele que vi lá em Antonina.

Sim, aquele show em que fui sozinha passar a noite no Festival de Inverno. Aquele show onde não encontrei nenhum dos quinze mil amigos que eu esperava encontrar (ora, alguém não havia dito que a vida era uma festa?) e acabei dormindo num alojamento de estudantes que eu nem conhecia, coberta apenas com meu casaco, depois de ter sido umas das únicas que ficou vendo o show sem guarda-chuva.

Agora eu estava num show do mesmo cara, e estava simplesmente sendo bom. As coisas não precisam ser espetaculares - expectativa gera sofrimento. Podem simplesmente ser.

E assim, fiquei satisfeita por estar com uma amiga querida, numa noite tranquila.

O meu telefone foi roubado, mas é porque dei mole - fiquei cuidando demais da minha bolsa, mas esqueci que ela tinha uma bolsinha externa, onde eu, espertamente, deixei o celular.

Ah, e no telão, em vez do Alceu, algumas vezes aparecia o Governador dando uma entrevista que a gente - graças a Deus - não ouvia. Mas eu via Alceu lá no palco, pequeninho, olhava pro telão para ver se via algum detalhe.... E tinha o desprazer de ver JW se aproveitando da festa para incutir, nada sutilmente, sua imagem na mente dos eleitores.

21/06/2008

VIZINHANÇA

Ontem, encontrei um novo colorido na imensa pedra da Rua Oswaldo Cruz: flores compostas por um mosaico de formas que "imitam" pedaços de azulejo

As flores foram pintadas bem ao lado das obras do Bel Borba. Dá para notar o estado DEPLORÁVEL da calçada, néam? Quando chove, fica intransitável. Qdo tá seco, não é muito diferente.

Formas que remetem às pinturas ruprestres

Vai um fossilzinho aí?

Tá de bodeAlongando
Caçador - coletorBambuzal em cima da pedra
Na outra quadra, mais um mosaico, tb do Bel Borba

Um buraco no muro vira expressão facial

10/06/2008

SOBREVIVENDO

Arredores de casa: a pracinha

A quitanda

Um muro

Outro muro


"Dia de pedra
sol de pedrasilêncio de pedraMorreram os cavalos na montanhamorreram as árvores na caltu não morreste
(...)"
(Ritsos, de Notas à margem do tempo [Simeióseis stà Perithória to Xrônou], 1938 - 1941. Tradução: José Paulo Paes)


Depois de 3 dias, hoje saí às ruas. Não devo estar tão triste, porque olhei o céu e o sol e me senti muito mais feliz que há anos atrás, quando odiava este mesmo lugar, o lugar onde eu moro.

Aquela pracinha onde nunca parei para ler um jornal me pareceu bela. A quitanda, da qual eu não sou mais freguesa por achar que a dona maltrata os meninos da rua, me pareceu sulplicar uma foto.

Os muros, com frases tão banais, talvez confirmassem a importância do dia de hoje. Não por ser hoje, mas por ser mais um dia.

01/06/2008

ANJO CAÍDO


Estou lendo "No fundo de um sonho - a longa noite de Chet Baker", de James Gavin.

Esqueça aquela cara do Chet Baker quando jovem. Aquela melodia terna, que envolvia as mulheres e as fazia sonhar com o ídolo e comprar os vinis que representavam a pureza do jazz da Costa Oeste - em contraposição com o bepob dos negros - era uma capa para seu pensamento constantemente atordoado. Um dos depoentes do livro se pergunta:

"Como era possível uma música tão idílica emanar de um sujeito que claramente não estava afim de nada de bom?"

Ruth Young, cantora com quem ele passou uma das tentativas de recomeço na vida, dise que:

"Devido à sua reticência natural, as pessoas o tomavam por aquilo que queriam. Como ele desviava os olhos, confundia todo mundo".

No início da leitura (é um catatau de 500 páginas), eu só me importava com o tipo psicológico do trompetista. Incrivelmente parecido com uma pessoa que conheço intimamente, por sinal:

"Na verdade, Baker achava quase impossível relacionar-se com os outros de maneira direta e honesta. Lidava com a maioria das pessoas afastando-se delas, usando-as ou desapontando-as. Suas ações lembravam um comentário feito por Arlyne Brown sobre todos os músicos que conhecera, que eram 'muito sensíveis à música e completamente insensíveis para com o resto do mundo'. Anos depois, Ruth Young definiria Baker como um psicopata - uma espécie explorada por Robert Mitchell Lindner em seu livro de 1944 Rebel without a Cause: The Hypnoanalisis of a Criminal Psychopath. 'O psicopata é um rebelde sem causa, um agitador sem slogan, um revolucionário sem programa', escreveu Lindner. 'Em outras palavras, sua rebeldia se destina a alcançar metas satisfatórias só para si mesmo; ele é incapaz de esforços em favor dos outros [...]. O psicopata, como a criança, e incapaz de retardar os efeitos da gratificação'.

Vivendo com ele, Young veria a raiz do comportamento de Baker: 'Chet era infeliz! Era a pessoa mais insegura que já existiu. E enterrava aquelas inseguranças da melhor maneira que podia'.

Uma dessas maneiras, segundo Bob Whitlock, era posar de estrela, pelo menos por um momento. O baixista lembra de vê-lo exibir um novo sobretudo no Haig: 'pensei, meu Deus, ela acha que é o Clark Gable ou coisa parecida. Havia um monte de gente o iludindo e ele acreditava mesmo naquilo'. Sheldon o comparou 'a um galã de filme: tinha sempre um conversível, um cachorrão e uma garota'."

Ele estava simplesmente andando para as convenções, mas fez de seu próprio corpo sua ruína, como muitos outros ícones da arte. Sem dinheiro, se submetia a gravações medíocres e espetáculos em muquifos. Gabava-se de ter mais de 2.5000 multas por excesso de velocidade não pagas, que guardava numa fronha (hahaha, não pude segurar as gargalhadas ao ler isso!).

Nem sempre era possível rir durante a leitura. O estado zumbi em que ela fica pela droga, as sucessivas promessas de reabilitação, seguidas por recaídas... Um cara com aquela inconformidade toda só podia cair sempre mesmo.... Se picava até embaixo das unhas.

Por outro lado, mesmo após sua decadência (perdeu os dentes numa briga nunca esclarecida com supostos traficantes, e cortou um dobrado para conquistar novamente a intimidade com seu trompete), era profundamente respeitado e admirado.

"Beirach, um músico de formação erudita, se maravilhava com a capacidade de Baker de dirigir a banda quase sem vocabulário técnico. 'Miles diria: não toque tanto os graves, ou toque menos notas em suas frases, mas Chet não sabia explicar essas coisas. Ele dizia: você está tocando muito alto, ou toque mais macio, menos picotado. Além disso, não achava que era sua função dizer às pessoas como tocar. A escolha era delas'.

A maior lição que Baker dava era de como ouvir. Ao contrário de Stan Getz, que geralmente ficava nos bastidores fumando seu cigarro ou checando o relógio enquanto os demais solavam, Baker fechava os olhos e se concentrava atentamente em cada nota de seus músicos."


Isso não evitava que ele se envolvesse em discussões com os músicos, agentes, críticos ou qualquer pessoa que não comprendesse sua genialidade. Ele despertava inúmeras paixões - não só as mulheres, mas sempre alguém o reconhecia e dava uma nova chance - que ele comumente desperdiçava.