Trabalho duro, mais uma vez. Tenho me questionado muitas coisas. Estou perto dos 40. Tem coisas que não cabem mais. Campo é muito bom. Inegavelmente, sou muito boa de campo. Em dupla, sou melhor ainda, se meu parceiro for bom, como é o caso. Tivemos uma boa afinação, no primeiro dia a dinâmica flui bem. Natural. Ele gosta de levantamento topográfico, geoprocessamento, é detalhista nos mapas. Fica manejando o GPS com gosto. Eu, levemente controladora e com mania de organização, fico com a ficha de campo, coisa que ele não faz questão ("anota vc, que tem a letra mais bonita"), e tiro as fotos. Anoto as Coordenadas e as fotos associadas a cada uma delas.
A questão é: paramos em todas as nascentes secas, todas as represas, medimos toda a área para estimar a largura do rio? Quando estou no campo, não consigo deixar passar. O caso é que demora, e a Chefia às vezes quer pressa. Eu já vi Chefe chamar o peão para fazer o trabalho melhor, nunca vi chefe chamar e falar: "escuta aqui, vc tá fazendo muito bem feito, tem que fazer mais matado"...
A questão é: paramos em todas as nascentes secas, todas as represas, medimos toda a área para estimar a largura do rio? Quando estou no campo, não consigo deixar passar. O caso é que demora, e a Chefia às vezes quer pressa. Eu já vi Chefe chamar o peão para fazer o trabalho melhor, nunca vi chefe chamar e falar: "escuta aqui, vc tá fazendo muito bem feito, tem que fazer mais matado"...
Por essas e outras que vejo que embora tenhamos um objetivo maior - apesar deste também estar se esvaindo em acordos e pressões, me sinto tolhida por ter discernimento, ter capacidade crítica além da média - que só quer fazer suas atribuições e olhe lá - e não ter capacidade alguma de decisão.
Tô ficando mais velha e não quero ser peoa a vida toda, não por ambição, por grana, por poder ou por dificuldade em cumprir ordens. Hoje vejo que é por ser capaz de ter uma visão mais apurada da situação, uma visão que talvez a estrutura paquidérmica do Estado não permita que os parasitas se afastem da máquina. Tenho procurado, ao menos imaginariamente, outras alternativas.
Enquanto isso não ocorre, trabalho com prazer, afinal amo o que faço e quando faço, modéstia às favas, faço bem. E já que estou na estrada, pé no acelerador e música no último volume. Gás não me falta!
Tô ficando mais velha e não quero ser peoa a vida toda, não por ambição, por grana, por poder ou por dificuldade em cumprir ordens. Hoje vejo que é por ser capaz de ter uma visão mais apurada da situação, uma visão que talvez a estrutura paquidérmica do Estado não permita que os parasitas se afastem da máquina. Tenho procurado, ao menos imaginariamente, outras alternativas.
Enquanto isso não ocorre, trabalho com prazer, afinal amo o que faço e quando faço, modéstia às favas, faço bem. E já que estou na estrada, pé no acelerador e música no último volume. Gás não me falta!
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