Emília Motina estava em guerra. Todos diziam que era contra ela mesma, e ela dizia que era contra todos. Parecia uma coisa bem tardia para ela, que passava dos quarenta, mas depois daquela maquiagem definitiva e da discussão com AgáErre, ela desistiu de muitas coisas.
Decidiu então se vestir como uma guerreira, e todo dia era mais um pedaço de sua batalha particular. Uma batalha que ela fazia do seu modo. Não seria silenciosa e velada como a guerrazinha diária da repartição, mas também não seria ostensiva e violenta como a estupidez daquele cauboy texano Presidente do Mundo. Não seria pacífica, mas talvez fosse tão patética e infrutífera quanto a
Talvez Mimi fosse uma cópia do que ela menos quisesse. Agora não importava, ao menos não seguiu nenhuma profissão óbvia e era escriturária com orgulho e não dependia de ninguém para pagar as contas. Gostava de resolver o caso das fábricas de biscoito, pena que HR fosse o Dono da Justiça.
Decidiu então se vestir como uma guerreira, e todo dia era mais um pedaço de sua batalha particular. Uma batalha que ela fazia do seu modo. Não seria silenciosa e velada como a guerrazinha diária da repartição, mas também não seria ostensiva e violenta como a estupidez daquele cauboy texano Presidente do Mundo. Não seria pacífica, mas talvez fosse tão patética e infrutífera quanto a
Talvez Mimi fosse uma cópia do que ela menos quisesse. Agora não importava, ao menos não seguiu nenhuma profissão óbvia e era escriturária com orgulho e não dependia de ninguém para pagar as contas. Gostava de resolver o caso das fábricas de biscoito, pena que HR fosse o Dono da Justiça.
Mimi estava ficando bem chata, se indispondo com todo mundo. Ás vezes ficava muito quieta e se isolava. Às vezes pensava que tinha que ouvir os outros e aceitar. Mesmo que tivesse certeza que os outros não eram tão bons quanto ela naquele assunto dos biscoitos - e isso não era megalomania, era a realidade.
Mas noutras vezes, falavam: "Mimi, vc precisa ir lá amanhã. O AgáErre vai estar lá e estamos precisando de alguém como vc para falar umas coisas". Aí Mimi ficava nervosa de véspera. Ensaiava o que ia falar, escrevia, andava na frente do espelho ensaiando a melhor pose.
Ontem, Mimi não foi lá onde todos os colegas achavam que ela tinha que estar. Pensou: "porque eles não falam?". Estava cansada de ser sempre ela a falar, falar, falar. Já que não havia diferença entre os bons e os maus funcionários da repartição, ela foi fazer as unhas. E eu ouvi dizer que ela não acreditava que o que ela falasse pudesse fazer alguma diferença.
Amanhã, Mimi vai começar a olhar de novo as fábricas de biscoito do bairro com mais fiscais. A troupe de HR disse para Mimi e os outros dez que está tudo bem, e que eles podem olhar as fábricas em paz. Mas Mimi está de olhos abertos, e em guerra. Contra tudo e contra todos.
O cerco se fecha, ela está sozinha. Agindo assim, não consegue aliados. Mas estava farta de ser boazinha e também não tê-los.
Muito criativo e e bem leve adorei seu estilo de escrita, passa o bem com muito querer legal.
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