16/12/2007

REVERTÉRIO

Imagem: Prodes/INPE apud Imazon

Afirmação

10.12.2007

Em entrevista hoje à rádio CBN, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco – depois de uma longa explicação das diferenças entre os dados do PRODES e do DETER sobre o desmatamento na Amazônia – disse que a estimativa do PRODES recentemente divulgada, “que fez a avaliação anual do desmatamento até 30 de julho de 2007, confirmando a tendência de redução, de queda, que nós esperávamos que fosse um pouco maior, mas chegou a 20% de redução em relação ao ano passado. Foi um dado novo importantíssimo para confirmar uma estimativa feita anteriormente, em agosto”.

Contradição

10.12.2007

Capobianco disse, também, sobre o DETER, o seguinte: “nos meses de julho, agosto, setembro e outubro, portanto nos últimos quatro meses, houve um aumento em relação aos mesmos meses do ano passado. Então, há uma clara tendência de aumento de desmatamento, porém, o que nós temos é uma tendência. Por que é que é uma tendência? Porque o desmatamento se mede em doze meses, então nós tivemos quatro meses, em que na realidade identificamos aumento do desmatamento, mas há uma ação firme aí do governo, na tentativa de reverter isso”.

Enrolação

10.12.2007

Após dizer que a seca se prolongou e contribuiu para o aumento do desmatamento e que agora entramos no período de chuva, Capobianco falou que “agora nós temos, então, que trabalhar os próximos oito meses para reverter essa tendência”. E concluiu “se nós formos capazes de revertermos isso a partir principalmente de março, que é quando o desmatamento retoma, na Amazônia, nós podemos manter essa tendência de queda. Então, de fato houve, há, uma tendência de aumento, mas, repito, essa tendência, ela só se confirmará, se nós não a revertermos nos próximos oito meses”.

Fonte: O Eco

Concordo. Tem que se trabalhar para se reverter o quadro, sempre. Mas por outro lado, é de enfurecer qualquer cristão (judeu, budista, ateu ou coisa que o valha) que o MMA tenha oito meses para reverter o quadro que se apresentou em quatro. Quais as possibilidades reais disso ocorrer, mesmo que tenhamos pela frente o período de chuvas?

E mais, era para isso estar acontecendo? Quantos anos com essa Equipe no Governo, implantando os Programas que são prioritários para a Amazônia? Ai meu deus do céu, se não conseguem reduzir o desmatamento na Amazônia, quem consegue? Ainda acredito que alguém consiga!

Em compensação, tem gente boa ralando na ponta, basta ver a apresentação da Diretoria de Proteção Ambiental do IBAMA sobre o tema, em 2006. Mas com essa série do políticas divergentes, deve ficar difícil trabalhar por lá, imagino. Além disso, salvo engano, os dados nos quais a própria Dipro se baseia em 2006 são do DETER, é essa mesma fonte que o Capô quer amenizar em 2007...

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